Eu cá não sou religiosa.
Mas como rapariga nascida e criada na aldeia, tive direito a catequese, a fazer parte do grupo de jovens da Igreja, a primeira comunhão e por aí fora. E se bem me lembro, era suposto confessar-me antes da Páscoa, não depois! Não é?
Mas mais vale tarde que nunca, e mesmo vindo em má hora, a verdade é que tenho de o fazer, porque pequei.
Começando pelo início: esta 3ª fase não tem sido fácil.
O quê? perguntam vocês.
Agora que já estás mais livre para comer uma série de coisas?
E depois de teres chegado onde chegaste (7kg) e teres esperado tanto por isto, é que estás em maus lençois?
A ver se consigo explicar: eu sou uma miuda de rédea muito solta. Por isso preciso de andar bem amarradinha para a coisa não descarrilar. Mas assim que entrei nesta fase, supostamente mais livre, fiquei à toa.
E não me entendam mal: Esta ainda é uma fase muito controlada.
São 2 lactícinios por dia, 1 ou 2 peças de fruta (mediante o tamanho) 1 refeição Lev 3ª fase (que pode ser comida toda de uma vez, ao lanche, por exemplo) uma refeição de 1ª ou 2ª fase. E uma refeição de carne de peixe ou carne. Ah, e 2 fatias e pão ou broa. (Parece muito, mas é suposto ser isto e nada mais)
Só que eu, não sei como, troquei-me toda.
E como já posso comer coisas que antes não podia, quando começo, fico com vontade de comer ainda mais. Reminiscência desta minha tendência para a compulsão alimentar... (já vos tinha falado disto, não já?)
Então chego ao fim do dia, faço as conta e apercebo-me que comi um pacote de bolachas ou 1 iogurte ou uma peça de fruta a mais do que era suposto. E não sei se é por estar em tpm, mas a minha balança tem confirmado aquilo que eu mais temia: isto assim não vai lá!
Para ajudar à farra ainda veio este fim de semana grande de Páscoa, com direito a fazer guloseimas para a familia.
E qual é o problema, pensei eu? Páscoa é Páscoa! A família merece uns docinhos e eu vou aguentar-me que nem uma guerreira.
Pois que não.
Domingo, quando dei por mim, já tinha sucumbido a 2 fatias de queijo brie, a meia fatia de cheesecake e a umas boas colheradas do arroz doce mais incrível do mundo, o da minha mãe.
Voltei para casa com um peso gigante na consciência e no estômago.
Até estava mal disposta.
E tão de mau humor que nem jantei nesse dia.
Também...Pudera Filipa, largaste a mesa eram 5 da tarde!
Estou muito irritada com isto. Mas a culpa foi minha que não me controlei.
Ah, e os tempos que se aproximam também não vêm lá muito a meu favor: o aniversário do J com 2 jantares diferentes, o aniversário de 60 anos do meu pai, e 2 fins de semana fora de casa.
Em bom português, estou cá com uma cagufa!
O que vale é que sábado tive uma hora e meia no ginásio e hoje fiz 45minutos de bicicleta até ao trabalho. E já que estamos em modo religioso, espero que amanhã o Sr São Pedro me dê um solinho para eu poder voltar a usar a bicicleta e queimar estes pecados que me atormentam.
4ª vou à consulta e vou ter de confessar tudo ao Dr.
É que para além de não saber mentir, tenho de arranjar aqui uma maneira de me pôr nos eixos.
Quando mais não seja pedir para ele me ralhar...
Obrigada por terem ouvido a minha confissão.
Resta-me esperar que vocês tenham sido mais boas meninas do que eu fui.
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